Problemas na hora de dormir? Já ouviu falar em Higiene do Sono
Escrito por:
Aline Maran Brotto
Psicóloga do CEDIN
É muito importante falar sobre higiene do sono, pois pesquisas mostram, que 44 a 86% das crianças com autismo possuem algum tipo de problema no sono, essa faixa é grande, pois os problemas de sono podem variar de intensidade. Em comparação, cerca de 16% das crianças fora do espectro, possuem dificuldade em dormir.
Algumas dicas para se trabalhar na hora de deitar-se e dormir iniciam-se com a percepção de que esse momento está chegando. Em algumas situações, por mais que o corpo se mostre cansado, pode ser uma dificuldade de perceber que é hora de dormir, portanto, estabelecer uma rotina e ter a previsibilidade de que está chegando o horário de se deitar para assim dormir é muito importante! Além, de pessoas com autismo serem potencialmente mais sensíveis a estímulos auditivos, visuais e táteis, isso quer dizer que sons que as vezes não nos incomodam podem incomodar pessoas neuroatípicas, e devemos ficar atentos a isso. As luzes, clarões, temperatura e o espaço em que está dormindo são influenciadores ambientais bastante relevantes.
É possível acompanhar nessa tabelinha do Friman (2005), quantas horas por dia, é comum uma criança até os 18 anos de idade, dormir de dia e a noite.
Mas afinal, como se preparar para o sono?
Organizar uma rotina que mostre que está na hora de guardar os brinquedos (1), após isso se preparar para dormir, que consiste em escovar os dentes (2), colocar o pijama (3), observar se o banho (4) é relaxante ou estimulante para saber se deve fazê-lo antes de dormir, e dar boa noite (5) para as pessoas que convivem consigo. Realizar uma rotina de encerramento de atividades, através da criação de uma rotina que mostre que após a realização desses passos, devemos ir para cama e assim dormir.
Esses sinais são relevantes para se entender que as atividades estão acabando, logo, está chegando a hora de dormir, e também se cria uma rotina. É importante observar se atividades ou brincadeiras intensas na parte da noite estimulam ou cansam, pois isso pode influenciar o que oferecer para ser feito durante o início da noite. Outro item a ser observado, é a alimentação, pois para qualquer pessoa, alimentos com muito açúcar são estimulantes, mas, ter uma dieta balanceada, apropriada para a idade, faz diferença até na hora de dormir.
De uma maneira geral, a higiene do sono considera, que quando vamos para a cama, precisamos estar com sono, não dormindo, mas com sono, para que a o processo de dormir aconteça na cama. A pessoa que está indo para a cama, percebe que está indo dormir, e assim realiza o sono noturno.
A possível transição de camas na madrugada, ida para o banheiro a noite ou troca de fraldas, devem ser observadas, pois deve-se colocar na rotina os comportamentos que acontecem, para assim modelá-los se necessário, como por exemplo dormir a noite inteira com os pais. Um dia a pessoa irá crescer, e quanto mais cedo trabalhar essa situação, antes haverá uma mudança de comportamento.
Mesmo que a pessoa durma tarde as vezes, é importante buscar manter o horário de acordar ou o mais próximo possível. Muito embora possa parecer melhor deixar dormir até mais tarde e assim “recuperar” o sono, quanto mais regulado for o horário de acordar, melhor será o sono, tendo em vista uma preocupação com a qualidade do sono em médio prazo.
Portanto, para estabelecer um momento de sono de qualidade é importante conversar com os terapeutas e médicos da pessoa com autismo. Um sono de qualidade, é brincar e estudar com mais qualidade!
Referências
Goldman S.E. et al. (2009) Dev. Neuropsychol. 34, 560-573, PubMed;
Instituto do Sono, (2020) Medicina do sono aplicada ao Transtorno do Espectro do Autismo;
Friman, P. C. (2005) Good night, sweet dreams, I love you: now get into bed snd go to sleep!. 1st ed. Boys Town, Neb.: Boys Town Press. « Voltar
Aline Maran Brotto
Psicóloga do CEDIN
É muito importante falar sobre higiene do sono, pois pesquisas mostram, que 44 a 86% das crianças com autismo possuem algum tipo de problema no sono, essa faixa é grande, pois os problemas de sono podem variar de intensidade. Em comparação, cerca de 16% das crianças fora do espectro, possuem dificuldade em dormir.
Algumas dicas para se trabalhar na hora de deitar-se e dormir iniciam-se com a percepção de que esse momento está chegando. Em algumas situações, por mais que o corpo se mostre cansado, pode ser uma dificuldade de perceber que é hora de dormir, portanto, estabelecer uma rotina e ter a previsibilidade de que está chegando o horário de se deitar para assim dormir é muito importante! Além, de pessoas com autismo serem potencialmente mais sensíveis a estímulos auditivos, visuais e táteis, isso quer dizer que sons que as vezes não nos incomodam podem incomodar pessoas neuroatípicas, e devemos ficar atentos a isso. As luzes, clarões, temperatura e o espaço em que está dormindo são influenciadores ambientais bastante relevantes.
É possível acompanhar nessa tabelinha do Friman (2005), quantas horas por dia, é comum uma criança até os 18 anos de idade, dormir de dia e a noite.
Mas afinal, como se preparar para o sono?
Organizar uma rotina que mostre que está na hora de guardar os brinquedos (1), após isso se preparar para dormir, que consiste em escovar os dentes (2), colocar o pijama (3), observar se o banho (4) é relaxante ou estimulante para saber se deve fazê-lo antes de dormir, e dar boa noite (5) para as pessoas que convivem consigo. Realizar uma rotina de encerramento de atividades, através da criação de uma rotina que mostre que após a realização desses passos, devemos ir para cama e assim dormir.
Esses sinais são relevantes para se entender que as atividades estão acabando, logo, está chegando a hora de dormir, e também se cria uma rotina. É importante observar se atividades ou brincadeiras intensas na parte da noite estimulam ou cansam, pois isso pode influenciar o que oferecer para ser feito durante o início da noite. Outro item a ser observado, é a alimentação, pois para qualquer pessoa, alimentos com muito açúcar são estimulantes, mas, ter uma dieta balanceada, apropriada para a idade, faz diferença até na hora de dormir.
De uma maneira geral, a higiene do sono considera, que quando vamos para a cama, precisamos estar com sono, não dormindo, mas com sono, para que a o processo de dormir aconteça na cama. A pessoa que está indo para a cama, percebe que está indo dormir, e assim realiza o sono noturno.
A possível transição de camas na madrugada, ida para o banheiro a noite ou troca de fraldas, devem ser observadas, pois deve-se colocar na rotina os comportamentos que acontecem, para assim modelá-los se necessário, como por exemplo dormir a noite inteira com os pais. Um dia a pessoa irá crescer, e quanto mais cedo trabalhar essa situação, antes haverá uma mudança de comportamento.
Mesmo que a pessoa durma tarde as vezes, é importante buscar manter o horário de acordar ou o mais próximo possível. Muito embora possa parecer melhor deixar dormir até mais tarde e assim “recuperar” o sono, quanto mais regulado for o horário de acordar, melhor será o sono, tendo em vista uma preocupação com a qualidade do sono em médio prazo.
Portanto, para estabelecer um momento de sono de qualidade é importante conversar com os terapeutas e médicos da pessoa com autismo. Um sono de qualidade, é brincar e estudar com mais qualidade!
Referências
Goldman S.E. et al. (2009) Dev. Neuropsychol. 34, 560-573, PubMed;
Instituto do Sono, (2020) Medicina do sono aplicada ao Transtorno do Espectro do Autismo;
Friman, P. C. (2005) Good night, sweet dreams, I love you: now get into bed snd go to sleep!. 1st ed. Boys Town, Neb.: Boys Town Press. « Voltar